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   COMPARTILHANDO: Uma canção para os pais

        Esta inesquecível canção é, com certeza, apreciada por todos os pais e que também lembra-nos os pais que já partiram. Foi composta em 1944 pelo italiano, nascido em Veneza,  Mário João Zandomenighi (1920/ 2006), mais conhecido como Mário Zan, em parceria com  Arlindo Pinto (1906/1968); 

         Mário Zan não era violeiro e é provável que que jamais tenha tocado uma viola, mas tocava o acordeão com maestria. No entanto, é difícil encontrar um violeiro ou sanfoneiro  que não execute uma canção desse ítalo-brasileiro que veio com a família para o Brasil quando tinha apenas quatro anos de idade e compos mais de cem canções no acordeon. . Entre os sucessos de Mário Zan estão o Hino comemorativo do IV Centenário de São Paulo, várias canções juninas, Chalana, Ciriema, Porque um homem não deve chorar; Capricho Cigano e outras mais

      "Chalana" foi composta originalmente para acordeão e musicalmente representa o inicio de um movimento que culminou na fusão da música brasileira com a música paraguaia -  chamada como música fronteiriça - que nos deu inúmeras e belíssimas páginas musicais. Ninguém melhor para interpretá-la do que Almir Sater, um dos maiores violeiros do Brasil

A cooperação dos leitores
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Foto de Vicente João Pedro

NOSSO RIO JAHU

Therezinha Paiva A. Prado

Fiozinho d’água humilde,

Não sei quando e em que lugar,

Saiu para dar suas voltas,

Conhecer o chão e a mata,

Bem longe se aventurar.

 

Fiozinho d’água solto

Veio aqui serpentear

E terras valorizadas

Bem rápido conquistar

 

Riacho, depois ribeiro,

Logo um rio se tornnou

De pesca saudável cheio,

O pescador fascinou.

 

Em terra roxa distante,

Longe da praia e do mar,

Veio como os bandeirantes

Por aqui se aventurar.

 

Sereno, sem pretensão,

Viu nascer uma cidade,

Viu crescerem as amizades,

Viu florir a região.

 

Viu fileiras e fileiras

De cafezais (tão verdinhos!),

Cobrirem-se de floradas

Brancas, brancas, perfumadas,

Vestirem-se, bem faceiras,

De lindos grãos vermelhinhos.

 

 A ponte velha era rústica,

De madeira, original,

Ligava ruas, amigos,

Tudo muito natural.

 

E ninguém nem suspeitava,

No alegre tempo em que estava,

Que o tempo estava a passar...

E passando o tempo todo,

Lá ia o rio a rolar...

 

E de tanto passar levou

Bambual e cachoeiras,

Barco, canoa, eucalipto,

Remador, porto de areia!

E ninguém se dava conta

Nem via o tempo passar.

 

E ele ai vai correndo,

Com suas águas iguais;

Na aparência sempre o mesmo

Mas o mesmo não é mais!

 

E quem sabe se algum dia

A mesma água voltasse

A passar e espelhasse

Imagens do que passou?

 

E quem sabe qualquer dia,

Estando o rio a olhar,

Percebesse alguém belezas

Que somente os mais atentos

Conseguem lá divisar?

Foto de Vicente João Pedro

JAÚ

Rosarita Di Giácomo e Auler

 

Jaú de João Ribeiro de Barros

Do antigo fazendeiro desbravador

Do colono trabalhador

Dos cafezais e depois canaviais

Das indústrias de calçado

Jaú, bem no coração de são Paulo

Localizado

 

Jaú da minha infância

Das ruas calçadas de pedra

Das carrocinhas passando

Com as rodas cantando

Das férias gostosas na fazenda do vovô

Da família toda se encontrando

Que alegria imensa

Apagando uma saudade intensa.

 

Jaú da adolescência:

Dos bailes deliciosos do Jahu Clube

Das amigas no lindo jardim da Câmara

Para bate-papos se encontrando

Jaú da minha mocidade e maturidade

Família formando

Filhos nascendo, crescendo, casando

 

Jaú do meu outono

Com a vida cheia de encanto

Netos nascendo como flores

Num canteiro de terra roxa

Desabrochando

 

PRA VOCÊ

Magó Galvão de Castro

 

Quando você me abraça

Somos nexo e convexo

A ostra e a pérola

Nas ondas do mar

Quando o amor explode

Em cores e ritmos

Somos rio e correnteza

E nas plácidas calmarias

Com nossos olhares cúmplices

Somos a amizade

E o bem querer

Pois amar é também

Um modo de viver

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Foto de Vicente João Pedro

JAHU, MINHA TERRA 

Maria T. Arruda Galvão de França

 

“Terra roxa é terra boa”,

- dizia sempre meu pai.

Terra boa que transforma

a dura lida da enxada

em brilhantes cafezais,

em doces canaviais!

 

Aqui nasci e vivi

minha vida quase inteira.

Nos pomares fui criança

e, jovem, neste teu chão,

cultivei minha esperança,

sonhei, levantei poeira

cavalgando nos teus campos

por dentre canaviais

com cheiro doce de mel.

Me banhei nos teus riachos

sob o intenso azul do céu.

E amei tua cidade

numa alegre mocidade:

tuas escolas, tuas praças

tuas igrejas, tua graça.

 

Recebe um dia meu corpo,

Adormecido na morte,

pois aqui, neste teu chão,

tive muito amor e sorte!

E quero findar meus dias

sentindo a tua poesia.

 

 

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JONAS, MEU PAI

Maria T. Arruda Galvão de França

  

Amor não se esquece

e eu não o esqueço,

pois desde o começo

foi só coração!

Foi pai dedicado,

foi puro cuidado

- o amor proteção.

 

Depois foi o exemplo,

o respeito, a firmeza,

a repreensão,

a fé, a certeza,

o impulso, o apoio

- o amor direção.

 

Mais tarde - o amigo;

a paz, o abrigo;

o fiel conselheiro,

o bom jardineiro

experiente, contente

cuidando das flores,

dos seus e das dores

dos que padeciam;

que horas me dava,

e histórias contava

com senso de humor.

 

Os anos passaram

e nos meus cabelos

os fios branquearam,

mas sinto-o ainda

o meu protetor,

lembrança querida,

apoio e consolo

nas horas difíceis

e amargas da vida.      

Foto de Vicente João Pedro

OS JARDINS DA MINHA INFÂNCIA

Magó Galvão de Castro

 

           Quase setembro, primavera chegando, plantas e flores desabrochando num festival de cores e odores; árvores frondosas amenizando o calor.

           Tudo isso me leva de volta aos jardins da minha cidade, dos quais lembro com saudades da minha infância e deles mesmos.

          O Jardim de Baixo era mais longe de casa, tornou-se mais conhecido quando adolescente, pois era meu caminho ao Instituto de Educação. Nada de papai/mamãe levar de carro, era no “pé dois” e guarda chuva quando precisasse, mas valia a pena pois além de ser um percurso interessante para ver “os meninos”, seus bancos de madeira eram extremamente confortáveis para namorar.          Havia um banco no início do jardim muito disputado pelos casais pois ficava embaixo de uma imensa árvore, só que de repente instalaram um poste bem ao lado do mesmo e acabou a festa, isso quando não era época de um certo delegado que expulsava os namorados às nove e meia da noite. Bem, nós tínhamos horário para chegar em casa e era mais ou menos o tempo certo para chegar até o lar-doce-lar, onde os pais estavam de olho no relógio. O traçado desse jardim continua o mesmo, mas os bancos não; inclusive é considerado perigoso à noite!

       O Jardim de Cima era totalmente contornado com árvores enormes e grades ao seu redor. Lembro-me que na 

fonte do mesmo habitava um sapo branco (de mármore?) que eu achava lindo.    

   Era uma aventura andar do lado de fora das grades, mas tinha que ser na Rua Visconde do Rio Branco porque na Lourenço a altura era perigosa para uma queda. Sei que havia “footing” dentro e fora do jardim com separação de classes ou raças, o que hoje é absolutamente impensável, mas que o jardim era lindo, isso era. Quando foi demolido e inaugurou-se um novo modelo, por volta de 1953, só era chamado de “Cemitério de Pistóia” pela quantidade de bancos de concreto naquele espaço árido. Não era mais um jardim. Atualmente o mesmo está em reforma mas desconheço o projeto, torcendo para que o verde seja contemplado.

       É preocupante a falta de espaços verdes em nossa cidade sejam públicos ou privados. As residências são construídas sem jardim, sem espaço de terra para plantar uma simples roseira; será que é mais fácil lavar todo o quintal ladrilhado do que manter algumas árvores nos fundos dos mesmos? E a quantidade de água para esse serviço sem contar as pessoas que usam o esguicho por um bom tempo em suas calçadas!

     Mas voltando aos jardins, o da Prefeitura não era dos mais freqüentados porém tinha um estilo francês com seus passeios em meio ao gramado com o pequeno prédio, uma construção bem antiga e possuía internamente uma escada de madeira que era uma obra de arte. Hoje é bem menor, os espaços públicos dão maior importância aos carros e seus condutores. O próprio Jardim do Parquinho ficou sem calçadas para pedestres dando lugar às vagas de estacionamento e inclusive está sujo e feio.

    Enfim em tempos ecológicos percebe-se um certo descaso com o clima e a natureza fazendo-me lembrar da música de Carlos Paraná “Nem sequer uma rosa...”

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Cândido Portinari

"NÃO BASTA ESTAR BEM, É PRECISO QUE TODOS ESTEJAM BEM"

 Frei Jaime Bettega - Capuchinhos/RS

Enviados por Adriana Murgel 

 

     Para saciar a sede de vida e de amor, as buscas não podem ser resumidas na aquisição de coisas materiais. Para ser verdadeiramente feliz, algumas coisas são necessárias, mas nada pode substituir o amor ao próximo.

  As pessoas que se dedicam à solidariedade são alegres, leves e espontâneas. É claro que ninguém vive de vento, mas também não há a necessidade de materializar o coração, tornando-o indiferente diante das dores da humanidade. Quando todos reservarem um tempo para fazer o bem ao próximo, o essencial preencherá os vazios que andam corroendo mentes e corações.

    A vida é passageira, ficará somente o bem que cada um tiver feito. Não se trata de ações volumosas, mas de pequenos gestos que possam dizer ao outro, que está passando por dificuldades: ‘você existe para mim!’ O momento supõe coragem e capacidade de despir-se do orgulho e do individualismo para chegar ao âmago, lá onde o essencial faz acontecer o sentido da vida. Bênção! Paz & Bem! Santa Alegria! Abraço!

Vincent Van Gohg.

"O MUNDO É DE QUEM TEM CORAGEM"

 Frei Jaime Bettega - Capuchinhos/RS

 

 

     Tem gente sorrindo autenticamente, mesmo tendo feridas que quase ninguém sabe. Não se trata de não ter direito de sofrer e de se lamentar, mas de ser capaz de ressaltar aquilo que está ótimo em sua vida.

    As feridas sangram, às vezes, mas a capacidade de sorrir ajuda na hora de aliviar a dor e de encontrar alternativas para continuar tocando em frente. A superação é um aprendizado diário, um exercício que desconhece interrupção.       A busca por apoio e ajuda não deve ficar no esquecimento. Afinal, há uma interdependência entre todos, para que a leveza esteja presente no cotidiano. É sempre muito bom contar com um ouvido que está disposto a escutar, com um olhar que consola, com aquele silêncio que dispensa palavras e com o carinho que reaviva o desejo de viver.          Ninguém está isento de feridas que fazem a alma sofrer. Mas todos são fortes o suficiente para não deixar o desânimo chegar. Viver é, de fato, incrível. Bênção! Paz & Bem! Santa Alegria! Abraço!

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CORRENDO NA PRAIA

João Castro

       Desde cedo, somos expostos à imagem idealizada de correr na praia, seja em filmes ou séries, onde os personagens, com corpos esculpidos, parecem radiantes e cheios de felicidade. Essa cena recorrente cria uma expectativa de que correr na areia à beira-mar é sinônimo de bem-estar e alegria garantida.

      Quando tive uma pousada na Bahia, observei um comportamento curioso: muitos hóspedes preferiam deixar o café da manhã de lado para sair mais cedo

e caminhar ou correr na praia. Curiosamente, grande parte dessas pessoas não tinham o hábito de praticar exercícios regularmente, mas, ainda assim, se sentiam compelidas a despertar o “atleta interior”, muitas vezes mais pela busca da selfie perfeita do que pela prática esportiva em si.

      Sabemos que a serotonina, o famoso “hormônio da felicidade”, é liberada pelo cérebro após a prática de exercícios, trazendo prazer e sensação de bem-estar. No entanto, não basta apenas correr para alcançar essa felicidade — é preciso também respeitar os limites do corpo.

      Um exemplo interessante foi o caso de um viajante que batizamos de “Seu Zé”. Ele chegou à pousada com o objetivo de relaxar e aproveitar um

tempo sozinho, longe da rotina e da família.

      No primeiro amanhecer, sem se alongar ou ter qualquer experiência prévia em corrida, “Seu Zé” decidiu sair para correr na areia. Nos primeiros cinco minutos, já sentia o vigor da corrida e a euforia que a prática proporciona, encantado com o mar e as ondas. Ele correu por mais de uma hora, deixando-se levar pelo ambiente e pelo ritmo dos outros corredores e caminhantes.

     Ao retornar à pousada, satisfeito e suado, “Seu Zé” tomou um banho e logo ligou para a recepção, pedindo o número de uma farmácia. Ele precisava de analgésicos e antitérmicos, pois o excesso de esforço o pegou desprevenido. O resultado? Ele passou os quatro dias seguintes quase todo o tempo no quarto, cuidando das dores. Durante esse período, se distraiu observando o movimento da pousada e dando palpites sobre a gestão do lugar, algo que parecia lhe trazer algum consolo em meio ao desconforto.

      Ao final da tarde, era comum ver tanto turistas quanto moradores locais caminhando ou correndo à beira-mar, principalmente no pôr do sol. Se essas corridas realmente traziam felicidade ou não, eu não sei. Mas o cenário era sempre poético, com casais caminhando de mãos dadas e pessoas correndo sozinhas, cada uma em busca de suas próprias razões.

      Correr ou caminhar na praia pode, de fato, ser uma experiência prazerosa e relaxante, desde que sejam respeitadas as condições climáticas e os limites físicos de cada um. A temperatura e a umidade do local muitas vezes são traiçoeiras para o corpo desacostumado dos turistas. Assim, o segredo está em dosar a intensidade, respeitar as limitações e, quem sabe, encontrar um equilíbrio entre o corpo, o ambiente e o desejo de viver momentos felizes à beira-mar.

     Afinal, a felicidade pode estar no simples ato de caminhar devagar, apreciando a brisa do mar, sem forçar demais.  - 

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